BARRA DO PIRAÍ QUER VIRAR O JOGO?
Barra do Piraí é um município de 98 mil habitantes, a quarta população da região, com comércio historicamente dinâmico, relevante taxa de participação do serviço público municipal nos empregos e de limitada produção de bens.
O atual perfil econômico do município admite um PIB per capita da ordem de R$ 26 mil (57º do estado), enquanto o de Volta Redonda é da ordem de R$ 71 mil (15º do estado). Indo além, o ambiente empregador do município promove a ocupação de 22% da população, já Volta Redonda ocupa 35%, diferenças que refletem, entre outros, a capacidade de enfrentar a dependência fiscal. Enquanto a dependência fiscal de Barra do Piraí alcança 77%, Volta Redonda desenvolve políticas que reduzem sua dependência para 46%, possibilitando investimentos em infraestrutura e impulsionando produção, emprego e renda.
O padrão administrativo dos serviços públicos, por sua vez, revela a qualificação do servidor público de Volta Redonda 40% acima do nível executado por Barra do Piraí e com custos mais baixos. Os custos relativos barrenses da função administrativa são o triplo dos de Volta Redonda, enquanto os da função legislativa são o dobro.
Todos esses resultados impactam na confiança e acabam promovendo a formalidade do mercado de trabalho alcançar 37% em Volta Redonda, enquanto em Barra do Piraí não passa de 23%.
Com esse baixo desempenho, Barra do Piraí perde competitividade. A mais recente avaliação de 2024 colocou Barra do Piraí em 165º lugar, entre os 181 municípios analisados da região Sudeste, ao passo que Volta Redonda se posicionou em 75º lugar.
Para culminar, 7.500 famílias de Barra do Piraí receberam, em agosto passado, o benefício Bolsa Família. Considerando a média de 3 pessoas por família, 22 mil pessoas (ou cerca de 22% da população) participaram do programa, ultrapassando os 20 mil ocupados no município. Um desastre.
É evidente que os modelos utilizados em Barra do Piraí têm fracassado. Não faltam parâmetros para mostrar a necessidade de um redirecionamento na gestão municipal.
Além disso, algumas dúvidas persistem e incomodam o barrense: Sem emprego e sem perspectiva, que futuro espera o jovem barrense? Há chance de o ensino barrense ganhar um salto de qualidade nesses próximos 4 anos? O que fazer para elevar o padrão econômico do município?
Por tudo isso, o pleito de 2024 pode representar a encruzilhada, onde o barrense poderá escolher uma nova dinâmica municipal, com ganhos, realizações, produção, trabalho e prosperidade. Ou poderá optar pela manutenção do status quo.
A escolha pelo progresso começa necessariamente pelas propostas dos candidatos. A apresentação de ideias e projetos, além do estabelecimento de metas para 2028 para cada um dos parâmetros acima comentados, e para outros considerados relevantes na recuperação do município, seria um início estimulante para compartilhar objetivos, deslocar a campanha do lugar-comum e resgatar a confiança do barrense.
Luiz Bittencourt – Eng. Metalúrgico/UFF; M. of Eng./McGill University/Montreal/Canadá; Pós-graduado em Comércio Exterior/Universidade Mackenzie/SP; Consultor em Relações Institucionais
SUGESTÃO DE LEITURA: A RECALCULADA POPULAÇÃO DE BARRA DO PIRAÍ E REGIÃO
A RECALCULADA POPULAÇÃO DE BARRA DO PIRAÍ E REGIÃO
