A ELEIÇÃO, O LOBO E PRESIDENTE PRUDENTE
Campanha política é deveras uma coisa inusitada. Em regiões com judiciário leniente, candidatos condenados por danos ao erário podem se habilitar em pleitos eleitorais, independente do cargo.
Candidatos condenados representam o avesso do que a política deveria ser. Governar, fiscalizar ou legislar implica confiança, honestidade e uma conexão verdadeira com a sociedade.
Quando esse papel é desempenhado por condenados, surgem perguntas sérias sobre o estado da democracia e os valores que norteiam a escolha dos representantes.
Quando um condenado tenta chegar ao poder com apoio de grupos duvidosos, ele sinaliza que a honestidade deixou de ser um valor inegociável na política. O eleitor, desiludido com o sistema, pode se sentir tentado a votar em quem “parece” estar ao seu lado, mesmo que essa pessoa tenha um histórico de desonestidade.
Vamos dar uma pausa nesta opinião para lembrar a parábola do lobo no conselho.
… Imaginemos uma vila que escolhe seu líder através de um conselho de anciãos …
Havia um lobo que, por anos, rondava a vila em segredo, causando pequenos danos. Um dia, ele decidiu vestir a pele de um cordeiro e se apresentar ao conselho para ser escolhido como líder.
Ele falou com doçura, prometeu cuidar do rebanho e proteger a todos. Muitos, no entanto, sabiam que ele tinha um histórico de devorar ovelhas. Mesmo assim, acreditando que ele havia mudado, os anciãos votaram nele. No início, o lobo parecia cumprir suas promessas. Mas logo começou a se alimentar dos mais frágeis, tudo disfarçado por discursos habilidosos e promessas novas.
Com o tempo, os anciãos começaram a perceber que estavam com menos ovelhas, mas o lobo sempre tinha uma boa explicação. “Foi o tempo ruim”, dizia ele. “As ovelhas estavam doentes”, justificava-se. E assim, o lobo continuou a devorar o rebanho enquanto enganava os anciãos.
Até que um dia, o rebanho se tornou pequeno demais para sustentar a vila. Foi nesse momento que todos perceberam o erro que haviam cometido. O lobo havia destruído o que deveria proteger e agora não restava mais nada.
O condenado é esse lobo. Ele promete proteger e cuidar, mas, em última análise, trabalha apenas em benefício próprio e de grupos que o apoiam. Quando elegemos alguém assim, a sociedade paga o preço. Cada mentira que é aceita, cada ato corrupto que é ignorado, enfraquece o tecido social e destrói a confiança pública nas instituições.
Pedimos licença para uma reflexão:
O voto é uma ferramenta poderosa, mas quando usado sem discernimento ou em desespero, pode resultar na ascensão de lobos disfarçados de cordeiros.
Quem confia em condenados e mentirosos para liderar, arrisca ser devorado por suas mentiras.
E você, votaria em um condenado?