As exportações brasileiras vêm encontrando dificuldades em se expandir nesse segundo semestre de 2024.
Ainda que tenha obtido seu melhor resultado do ano no mês de julho último, os registros das exportações dos últimos dois meses, agosto e setembro, foram com viés de queda, em patamar comparável ao alcançado no mês de junho.
EXPORTAÇÕES MENSAIS BRASILEIRAS EM 2024
Fonte: Comexstat/MDIC
As dificuldades na comercialização internacional começaram pela queda dos volumes exportados de petróleo e minério de ferro, pela desvalorização das commodities, demandadas principalmente pela China, e pela desaceleração na economia chinesa.
A China vem reduzindo suas demandas e, entre elas, a das commodities brasileiras. Enquanto as receitas das exportações brasileiras caíram 7% do mês de julho para o mês de setembro, a queda nas exportações brasileiras para a China alcançou 25% no mesmo período.
EXPORTAÇÕES MENSAIS BRASILEIRAS PARA A CHINA EM 2024
Fonte: Comexstat/MDIC
Consequentemente, o mercado chinês vem reduzindo sua participação nas exportações brasileiras, caindo de 32%, no mês de julho, para 26% no mês de setembro.
Adicionalmente, as exportações de bens industrializados, de maior valor agregado e destinados principalmente aos EUA, também estão em queda. Exportações para os EUA caíram 8% do mês de julho para o mês de setembro.
EXPORTAÇÕES MENSAIS BRASILEIRAS PARA OS EUA EM 2024
Fonte: Comexstat/MDIC
Chama a atenção o recente levantamento da American Chamber of Commerce – Amcham, em parceria com MDIC, mostrando que 9.500 empresas brasileiras exportaram, em 2023, cerca de US$ 36 bilhões para os EUA, enquanto 2.800 empresas exportaram ao redor de US$ 104 bilhões para a China.
Portanto, configura-se relevante desproporção no perfil da produção nacional quando contingente industrial correspondendo à 30% das empresas que exportaram agregação de valor para os EUA, exportou o triplo em commodities para a China.
