BARRA DO PIRAÍ, DESENVOLVIMENTO E INSTITUIÇÕES PRIVADAS
Comentei, em artigo anterior, que a conquista, por duas chapas oposicionistas, de dois terços dos votos válidos no último pleito barrense denunciava a decisão antecipada da população em substituir a administração municipal.
O motivo? Reza a lenda que quando a economia vai mal, a população reage e não reelege o governante. Barra do Piraí não fugiu à regra.
Entre os fatores mais importantes que vêm contribuindo para a deterioração da economia barrense está a perda de competitividade do município, provável consequência, entre outros, da baixa participação de instituições setoriais privadas nas decisões do governo municipal.
Lembremo-nos de que quem faz o município é o mercado. É o setor privado. Negligenciar esse fato trava e restringe o desenvolvimento.
É público e notório que, para o setor privado, competitividade é vital. Entretanto, para o setor público a competitividade é, regra geral, indiferente. Consequentemente, sem participação/contribuição de instituições privadas, as decisões de governo municipal deixam de considerar componentes que estimulam competitividade. Sem dúvida, a parceria do setor público municipal com as instituições setoriais privadas pode estabelecer importante vantagem comparativa.
Do outro lado da equação, a desatenção com essa parceria pode ter contribuído, nos últimos cinco anos, para colocar o município na lanterna da região Sudeste. Entre os cerca de 183 municípios considerados para o ranking de competitividade da região, Barra do Piraí se posicionou ao redor do 170º lugar. Conclusão: Barra do Piraí não é capaz de concorrer com a grande maioria dos municípios fluminenses.
Entre os fatores que mais contribuíram para a descompetitividade do município, sobressai a elevada dependência fiscal, girando atualmente ao redor de 77%, assumindo a origem da estagnação barrense.
Em que pese desastroso, esse distúrbio não deveria surpreender.
Há anos o Índice Firjan de Gestão Fiscal – IFGF vem sistematicamente comprovando a perda de eficiência da gestão fiscal barrense, refletida com clareza no ranking envolvendo todos os municípios fluminenses.
Em universo de 92 municípios, Barra do Piraí caiu do 7º lugar, em 2016, para 47º lugar, em 2022, em contínua deterioração fiscal.
POSIÇÃO DE BARRA DO PIRAÍ NO RANKING IFGF FLUMINENSE
Difícil ser competitivo e construir desenvolvimento sem interromper o ciclo do desequilíbrio fiscal.
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