Política&Negócios com Luiz Bittencourt
A Confederação Nacional da Indústria – CNI divulgou pesquisa contratada ao Ibope, realizada em 127 municípios, com margem de erro de 2% e nível de confiança de 95%, na tentativa de identificar o que o eleitor brasileiro buscará para selecionar seu candidato nas próximas eleições.
A análise geral é correta ao trazer a percepção de que há um disseminado pessimismo relacionado à corrupção, à falta de confiança nos políticos e à carência de opções. Somente 20% dos pesquisados se declararam otimistas, o que já é uma gigantesca multidão se considerarmos as tenebrosas revelações diárias da mídia brasileira. 75%, apesar de avaliarem as propostas dos candidatos, não acreditam nas suas promessas, 50% não têm preferência por partido político e 72% votam no candidato de que gostam. Na realidade, o brasileiro vota em quem lhe “conquista a simpatia”, independente de propostas. Mesmo porque o eleitor não acredita no cumprimento das promessas, como o relatório diagnostica. A pesquisa também identificou que 87% considera a honestidade como característica mais importante para o candidato a Presidência da República, o que pode se tornar fundamental se o eleitor disso se lembrar na indevassável cabine. 72% acreditam que experiência política é importante, o que não espelha a desconfiança que a classe política angariou por todo o país. 84% defendem o controle dos gastos públicos e 78% a transparência administrativa, o que reflete a realidade atual. O relatório revela uma fotografia que precisa ser analisada com maior profundidade. Retratos da Sociedade Brasileira – CNI
Brasil perde R$ 150 bilhões/ano com produtos falsos
A comercialização de produtos falsificados no país rendeu prejuízos da ordem de R$ 150 bilhões em 2017. No caso de cigarros, 50% do mercado é de produtos ilegais e a causa, além da ausência de fiscalização, é a gigantesca carga tributária brasileira, aliada ao consumo irresponsável dos fumantes nacionais. A receptação de produtos ilegais, seja qual for, é crime e não se pode compactuar com ela. Fiscalização e incriminação de receptador precisam ganhar eficiência para combater essa transgressão, que corrói a arrecadação e o emprego no país. O brasileiro precisa parar de comprar produto falsificado.
Indulto para bandidos cria atrito entre poderes
A decisão do Ministro Luis Roberto Barroso, do STF, de alterar o decreto de indulto natalino editado pelo Presidente Temer, em 2017, gerou reação imediata e proporcional no Poder Executivo. O governo atribui ao Ministro do STF invasão na competência exclusiva do Presidente da República, além de ultrapassar a interpretação e legislar, o que é prerrogativa do Poder Legislativo. Advocacia Geral da União – AGU vai assumir o recurso para tentar reverter a decisão.
Bandidos desviam recursos públicos, causam mortes e desemprego aos brasileiros, e são premiados com indultos injustificados. Não há porque indultar quem causa prejuízos ao erário e por justiça, essa norma deveria valer para todos. Lembremo-nos que Presidente Dilma indultou José Dirceu e José Genoíno e o STF não corrigiu o erro, o que deveria fazer agora. Em resposta a atual divergência, Ministro da Secretaria de Governo cogita apresentar pedido de impeachment do Ministro Barroso. Aguardemos.
BNDES quer se distanciar da JBS
De acordo com Lauro Jardim, de O Globo, o BNDES está articulando repassar sua participação de 21% na JBS, negócio na faixa de R$ 7 bilhões, mas que vale, a preço de mercado, menos de R$ 6 bilhões, pela depreciação que atinge a empresa. A decisão tem base financeira (perder menos) e ética.