POLÍTICA
OPINIÃO
NEFASTO RISCO DE “BARRIGA DE ALUGUEL”
À medida que os prazos relativos às eleições se esgotam, a movimentação política e as articulações para definição de candidatos e formação de nominatas ganham volume.
Em 2018, o eleitor reagiu e radicalizou decisão, rejeitando a manutenção do status quo e agora, em 2020, enfrentará um novo desafio na escolha do futuro de seu município.
O cenário atual revela que a proliferação desenfreada de partidos políticos, hoje são trinta e quatro (muitos dos quais existem para comercializar oportunidades), cria ambiente favorável a nefastas práticas heterodoxas.
O quadro se agrava com o relevante desequilíbrio criado pelo desentendimento no Partido que abrigava o Presidente da República.
Dividido, levou grande parte de seus correligionários a se mobilizar na formação de um novo Partido.
Como há regras e prazos na justiça eleitoral, cresce a probabilidade de o novo Partido não se viabilizar até a oficialização das candidaturas, direcionando seus atuais pré-candidatos para outros Partidos.
Essa corriqueira prática se transformou, agora, em sobrevivência política e viralizou no país.
A prática é usual, pois a maioria dos Partidos vive desses expedientes, disputando acirradamente os candidatos com ofertas de fundo eleitoral, tempo de TV, etc..
Por outro lado, os Partidos que construíram credibilidade junto ao eleitor avaliam em profundidade e decidem considerando a ética política e a preservação de sua imagem.
É público e notório que o eleitorado está reavaliando seus conceitos políticos e, por isso, a imagem de um Partido Político, construída ao longo de eleições e pelos exemplos que oferece, vem se tornando fonte de garantia na decisão do eleitor.
Abrigar um candidato, quando não há dúvidas de que ele abandonará o Partido após a vitória no pleito, e assim que o novo Partido passar a existir, revela o mesquinho interesse limitado à conquista do poder.
O poder pelo poder, vício da velha política, hoje causa irreparáveis danos não só ao Partido, mas também ao candidato.
Certamente, a credibilidade entra em jogo para Partidos Políticos que, intencional ou inadvertidamente, se prestam a servir de “barriga de aluguel”.