A maioria das organizações atuais foi criada no século passado, após a Segunda Guerra Mundial, frutos da polarização, que levou todos a acreditarem em apenas duas opções no ambiente político – esquerda ou direita –, controlado por duas nações.
Na área empresarial passamos a seguir manuais e processos criados por norte-americanos e aperfeiçoados por japoneses; as ISOs, estabelecidas para atender aos governos europeus e, recentemente, a uma enxurrada de selos de qualidade que engessam as empresas, lembrando-nos do filme “Tempos Modernos”, trocando treinamento por adestramento – algo inaceitável e pouco criativo.
Os tempos mudaram, porém, não para os países periféricos e dependentes, que se acostumaram a ser seguidores, produtores de commodities. Mas até quando os brasileiros vão continuar dando vez à cultura do atraso, dependentes das grandes nações? Prática perigosa! É preciso entender que este jogo é fatal.
No espaço mundial quem joga são profissionais, são eles que criam regras, alteradas a todo momento. Nos países periféricos, contexto no qual o Brasil está inserido, acontecem os campeonatos amadores. E a maior parte dos brasileiros tem a geopolítica – que é a responsável pelo jogo maior – como discussão social, nas festas ou nas mesas de bares. As universidades ensinam princípios básicos de negócios, quando no campo dos negócios as práticas são de guerra.
Mudar de patamar, entrar na arena mundial, não acontece por convite, mas com boas estratégias. E estas nem sempre são éticas, pôr isso mesmo ainda não aceitas pela cultura nacional, principalmente na área acadêmica.
Não estamos propondo atuar fora da lei, mas ter consciência de que o mundo da etiqueta e do politicamente correto não existe na área internacional, que está mais para uma luta de vale-tudo.
“A vida dos homens na terra é uma guerra.” (JÓ 7:1).
Hélio Mendes
Consultor de empresas, foi secretário na área de planejamento e meio ambiente da cidade de Uberlândia/MG; é professor em cursos de pós-graduação e da Associação dos Diplomados da Escola Superior de Guerra – ADESG e membro do Instituto SAGRES – Política e Gestão Estratégica Aplicadas, em Brasília.