Nestes bons anos como empresário e consultor, tivemos oportunidades de conviver com muitos empresários, executivos e funcionários de chão de fábrica, fato que nos permite afirmar que a maior parte deles não sabe a diferença entre liderança e gestão.
A maioria é composta por bons gestores, mas péssimos líderes: sabem obter os resultados que a organização necessita, são inteligentes, dedicados; mas irritantes, não conseguem motivar as pessoas. Se fossem também líderes, não seriam apenas bons, mas excelentes profissionais.
Não o são, por não saber ouvir e dividir os méritos com o time. Não têm seguidores, apenas subordinados. São centralizadores, vaidosos, relacionam-se por interesse e apresentam baixa inteligência emocional, o que os leva, em vários momentos, a descontrolar-se na frente de suas equipes. Têm por hábito, em uma situação de crise, focar as pessoas, e não as dificuldades.
Mas o que vem a ser um líder? São os que não pensam apenas em resultados, reconhecem que não fazem nada sozinhos, que dependem da equipe e que esta é formada por pessoas que têm sonhos. O seu principal atributo é a capacidade de ouvir, de valorizar mais as oportunidades do que os desafios. São modelos profissionais e de vida. Constroem equipes inovadoras, os quais vivem trazendo oportunidades para a empresa, e não problemas.
Nas empresas, anteriormente, para ser estrategista, bastava ser um bom gestor. Hoje, em tempos de tecnologia disruptiva, internet das coisas, é preciso ser também um líder.
Importante entender que os bons gestores que não são líderes têm seu valor, por conseguir bons resultados. Entretanto, para serem completos é importante que sejam também bons líderes. As equipes não querem apenas ser administradas, mas lideradas.
Hélio Mendes
Consultor de Estratégia e Gestão, professor da Associação dos Diplomados da Escola Superior de Guerra, com curso de Negociação pela University of Michigan, Gestão Estratégica pela University of Copenhagen e Fundamentos Estratégicos pela University of Virginia.