Prefeitos enfrentarão desafios significativos a partir de 2025
Os candidatos eleitos para as prefeituras que assumirão seus cargos em janeiro de 2025 enfrentarão inúmeros desafios para administrar com sucesso suas cidades. Essa previsão parte de várias premissas cruciais tanto em âmbitos locais quanto globais:
Globalmente, as guerras devem persistir, enfraquecendo o poder das nações. Os novos atores emergentes no cenário mundial tendem a ser mais predatórios que seus antecessores, complicando ainda mais a geopolítica internacional.
No cenário nacional, a situação parece mais crítica. O governo federal, sem um projeto claro ou equipe consistente, reflete uma desorganização que se estende aos estados. Com poucas exceções, os estados brasileiros enfrentam baixa arrecadação e dificuldades financeiras agravadas.
O poder de compra do brasileiro está em declínio, exacerbado por uma carga tributária insustentável que a população não consegue mais suportar.
Nos municípios, o cenário não é diferente. Além de sofrerem as consequências das instabilidades dos planos estadual e federal, os municípios enfrentam demandas diretas por serem o nível de governo mais próximo da população. As redes sociais, embora importantes para a comunicação, muitas vezes servem como plataformas de cobrança nem sempre justas ou precisas.
Um dos maiores desafios para os novos prefeitos é a inadequação do modelo atual de cidades. As mudanças exigidas vão além da implementação tecnológica; elas demandam uma revisão cultural significativa. O sistema viário está obsoleto, incapaz de atender à demanda crescente. Soluções antigas, como a construção de viadutos, lombadas e instalação de radares, já não são suficientes para resolver os problemas urbanos contemporâneos.
Além disso, há uma escassez de profissionais capacitados para administrar e repensar o modelo das cidades.
Os novos prefeitos estarão, metaforicamente, correndo um “corredor polonês”: de um lado, enfrentarão uma população insatisfeita; do outro, terão que lidar com o Ministério Público, que é obrigado a considerar e responder às reclamações recebidas.
Este panorama delineia um período extremamente desafiador para os futuros gestores municipais, exigindo deles não apenas habilidades administrativas, mas também capacidade de inovação e resiliência.
Hélio Mendes é autor de “Planejamento Estratégico Reverso” e “Marketing Político Ético”. Ele atua como consultor de empresas e já foi secretário de planejamento e meio ambiente na cidade de Uberlândia/MG. Além disso, é palestrante em cursos de pós-graduação e na Associação dos Diplomados da Escola Superior de Guerra, além de membro do Instituto SAGRES – Política e Gestão Estratégica Aplicada, em Brasília.
SUGESTÃO DE LEITURA: BRASIL UM ESTUDO DE DESIGUALDADES E CONFLITOS GLOBAIS