Existe um dito popular: “Quanto maior a árvore, maior o tombo”. Na era da internet das coisas, da inteligência artificial, das organizações exponenciais e das startups, a expectativa de vida das empresas tem-se reduzido. Todo cuidado ainda é pouco.
Dois fatores eram tidos como segurança para os investidores: a idade e o tamanho das empresas. Não são mais…
Idade pode significar cultura antiga, corporativismo, fisiologismo, acomodação e, o pior, grandes egos. Tamanho pode significar lentidão para mudar, custo alto de mudança, ativos ultrapassados, perda de benefícios de lideranças internas, distanciamento dos clientes e amor pelo passado dos fundadores.
O Prof. Christensen, da Harvard Business School, sugeriu que as grandes empresas, embora bem administradas, poderiam sofrer perdas diante de inovações disruptivas, que tornariam obsoletos suas tecnologias e seus modelos de negócios.
Quando se fala “Esta empresa tem 50 anos de mercado”, algumas até mais, na balança temos: de um lado, 50 anos de sucesso e, do outro, 50 anos de obstáculos de cultura e de uma estrutura que precisa ser mudada, na maioria das vezes, em curto espaço de tempo.
Qual a maior rede de hotéis, atualmente? A maior locadora de carros? A primeira não tem hotel e a segunda não tem carros. E as maiores empresas de varejos são plataformas de negócios.
A moeda virtual e o Pix rapidamente transformaram um modelo secular de investimentos e transações. O teletrabalho vai deixar vários prédios como museus, colocando os governos e o setor privado no paredão.
As grandes corporações não estão conseguindo acompanhar esse movimento.
Estratégias de concentração, como tornar-se a maior do setor (monopólio) e verticalização, estão perdendo para alianças estratégicas e parcerias dentro e fora das cadeias produtivas.
Quem diria que tamanho e idade deixariam de ser sinônimos de sucesso? Além de não o serem, representam um risco para toda a cadeia produtiva.
Quando essa categoria de organização entra em colapso, o tombo é grande. É o ponto no qual as pequenas e médias empresas inovadoras levam vantagens, pois podem fazer alianças e participar de associações internacionais – ignorando as locais.
A ameaça para as pequenas e médias empresas eram as grandes. O jogo mudou. As grandes empresas tradicionais estão sendo destronadas.
Hélio Mendes – Consultor de Estratégia e Gestão, professor da Associação dos Diplomados da Escola Superior de Guerra, com curso de Negociação pela University of Michigan, Gestão Estratégica pela University of Copenhagen e Fundamentos Estratégicos pela University of Virginia.
[email protected] http://www.institutolatino.com.br
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