ECONOMIA
Com Luiz Bittencourt
O EXEMPLO DO FLAMENGO
Há certas ocorrências que, de tão inusitadas, mostram que o impossível pode ser contornado.
Há décadas o eleitor do Estado do Rio de Janeiro pratica, continuamente, autoflagelo elegendo políticos descompromissados com a região.
Essas escolhas resultaram em insucesso econômico e degradação social que corroem o ambiente de negócios, contaminando as instituições e os empreendimentos.
Esse círculo vicioso se tornou a marca do Estado do Rio de Janeiro.
A negativa atmosfera não só limita a prosperidade, puxando os resultados para baixo, como também cria insegurança jurídica, afastando investidores.
A ausência de profissionalismo infecta os agentes privados, chegando até os clubes de futebol. Todos os principais clubes do Estado do Rio, Flamengo, Fluminense, Vasco e Botafogo encontram-se em extrema dificuldade financeira, com dívidas astronômicas e com mínima capacidade de recuperação.
Com exceção de um deles, pela ocorrência de um milagre, não tão milagroso assim.
Há alguns poucos anos, o Clube de Regatas Flamengo, não se sabe por que cargas d’água (não era praxe), elegeu uma diretoria composta por economistas e engenheiros financeiros que, pela utilização de planejamento e gestão profissional, promoveu rápida e consistente recuperação financeira da agremiação.
Por se tratar de profissionais qualificados, o milagre não parou por aí.
A organização se estendeu para o Departamento de Futebol que se estruturou, identificou e contratou no mercado internacional um técnico com o perfil definido pelo clube e lhe deu condições administrativas e de governança para comandar uma equipe de alto nível, com jogadores adquiridos até no mercado internacional.
Resultado: o Flamengo ganhou competitividade, mudou seu gabarito e subiu a régua do Campeonato Brasileiro.
Para conquistar o título de 2019, qualquer clube precisará fazer muito mais do que fez em 2018.
A descontaminação do amadorismo, que parecia impossível e se iniciou na posse da diretoria eleita há seis anos pelo Clube de Regatas Flamengo, está prestando enorme serviço aos clubes brasileiros ao mostrar que há solução, dispensando o socorro oficial.
De quebra, ainda promove benéfico efeito colateral, ao retirar seus concorrentes da zona de conforto, contribuindo para alterar, positiva e radicalmente, o futebol brasileiro.
Como sempre, há forte resistência para a profissionalização dos clubes, relutância que não deve prosperar, pois os resultados não deixam alternativa aos nostálgicos.
O Clube de Regatas Flamengo se tornou referência.
Fica, por último, a lição de que, até mesmo no Estado do Rio de Janeiro, seja a área pública ou privada, a junção de profissionalismo, equipe, dedicação, compromisso e ética é sinônimo de sucesso.
Luiz Bittencourt – Eng. Metalúrgico/UFF; M. of Eng./McGill University/Montreal/Canadá; Pós-graduado em Comércio Exterior/Universidade Mackenzie/SP; Consultor em Relações Institucionais; Diretor da LASB Consultoria –[email protected]
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