Perguntamos para o diretor e para o elenco principal do filme, qual a importância de ter um super-herói negro nos cinemas
Pantera Negra é o primeiro filme de super-heróis protagonizado por um negro. Conversamos com o diretor Ryan Coogler e com os atores Michael B. Jordan, Chadwick Boseman e Letitia Wright (respectivamente o vilão, o herói e a irmã cientista do protagonista) sobre esse marco.
O primeiro pôster do filme parece a foto icônica de Huey P. Newton (líder dos Panteras Negras nos anos 1960) sentado num trono. Você estudou o grupo para fazer o seu personagem?
Chadwick Boseman: Eu não precisei (risos). Estudo isso há anos. O fato de a foto do trono ser parecida talvez seja coincidência – talvez o espírito dos mortos tenha entrado em mim naquele momento. Há coisas que não estão no seu controle, estão dentro de você.
Estamos num momento político confuso. Você interpreta um vilão que busca o poder a qualquer custo. É um retrato das lideranças atuais?
Michael B. Jordan: Eu acho que os governos, o poder e a democracia nunca vão agradar todo mundo. E hoje muita gente está infeliz sobre como as coisas estão caminhando. Mas existe um poder de mudança na população, que muita vezes é ignorado. Acho que o filme mostra o que pode acontecer quando as lideranças agem mal.
Você interpreta uma mulher, negra e cientista, que é algo pouco explorado em Hollywood. Como foi isso?
Letitia Wright: Há muitas negras cientistas espalhadas pelo mundo. O problema é que as pessoas não veem isso. Você provavelmente só descobriu que negras nos ajudaram a chegar ao espaço quando assistiu Estrelas Além do Tempo. Aí vira um choque. O importante é botar debaixo dos holofotes essas pessoas que estão nas ciências.