- PUBLICIDADE -

A URINA DE VACA RESOLVE

- PUBLICIDADE -

A URINA DE VACA RESOLVE.

Por: Afonso Celso Candeira Valois *

Ao me aposentar da Embrapa em fevereiro de 2007, fui contratado pela Universidade do Estado do Amazonas, para atuar no Curso de Licenciatura em Biologia, do Centro de Estudos Superiores de Tefé- AM, onde permaneci por 4 anos!

Lá tive a oportunidade ímpar de lecionar importantes disciplinas, como Genética I e Genética II, Fisiologia Vegetal, Botânica, Biodiversidade, Recursos Biológicos e Recursos Genéticos, além de outras. Também coordenei a semana de meio ambiente, semana de ciências e tecnologia, outros projetos de realce, bem como ofereci 46 palestras em escolas de nível fundamental e médio, em igrejas católicas e protestantes, além da Marinha, no curso de marinheiro do futuro, inclusive escrevendo e publicando interessante artigo sobre “segurança na embarcação”!

Além disso, publiquei 150 artigos técnico-científicos no site do ex-Procitropicos, como coordenador, tendo como autores principais alunos que apresentaram seminários curriculares e nota técnica nas disciplinas que eu ministrava, se constituindo em seus primeiros trabalhos escritos e publicados no nível nacional e internacional!

Mas uma grande ação que pratiquei foi na orientação que fiz de diversos alunos na elaboração e divulgação de “Trabalhos de Conclusão de Curso”, o que em muito me envaideceu!

Nesse sentido, orientei dois devotados alunos, um casal, em pesquisas com Pepino e Couve-flor, respectivamente, sendo os experimentos, obedecendo a delineamento experimental compatível, que teve como local a área dê produtores de hortaliças localizada em condições de várzea alta, às belas margens do Médio Solimões, em Tefé- AM. Nesses experimentos, utilizou-se a urina de vaca bovina prenha na concentração de 0,5, 1,0 e 1,5%/litro de água, além de armadilhas, onde em garrafas de plástico, com janelas laterais, distribuídas nas parcelas experimentais, colocou-se grãos de milho verde esmagados previamente em água! Tudo isso visou ao Controle de insetos-pragas, que habitam na região em grande dimensão.

O princípio ativo da urina de vaca foi o catecol, enquanto que o milho verde funcionou como feromônio, o cairomonio, que atrai insetos! Para o caso da urina de vaca. a melhor concentração foi de 0,5%, enquanto que o milho verde funcionou efetivamente! A avaliação foi feita através da produção das culturas, contagem de insetos e espécies dos mesmos, principalmente!

Interessante foi que nas bordaduras, considerando as áreas dos produtores, que não fizeram parte dos experimentos, foi notada a ausência de insetos, talvez pelo mau cheiro exalado pela urina de vaca! Isso também foi observado por mim “in loco”, em plantios de Nim ao redor de pocilgas em Havana- Cuba, bem como em Itapecuru- MA. Também observei em Itabuna- BA, em engenhoso experimento da CEPLAC/CEPEC, onde foi aplicada a urina de vaca no controle da vassoura-de-bruxa do cacaueiro. O odor era horrível, mas funcionou!

Para a minha grande satisfação nos dias de hoje, depois de algum tempo, verifiquei na Revista Pesquisa Fapesp, de agosto de 2024, n. 342, pág 76, um pequeno mas muito importante texto de título: Urina bovina e aspirador de insetos- soluções pouco convencionais podem ajudar e livrar as lavouras de ameaças.

O interessante experimento foi desenvolvido por pesquisadores da Embrapa Soja para monitorar e controlar a presença de percevejos em plantações de soja. Consistiu do uso de armadilhas preparadas com a utilização de armadilhas preparadas com uma garrafa plástica preenchida com uma solução de urina bovina e sal de cozinha (cloreto de sódio). A proporção foi de 3 litros de urina e 500 gramas de sal dissolvido em 7 litros de água- a urina de vaca bovina foi coletada diretamente das vacas, que foram estimuladas por uma massagem perivulvar. As armadilhas foram ficadas em estacas e colocadas na borda e no interior da lavoura de soja, à cada 30 a 50 metros. Atraídos pelo cheiro da urina, os percevejos caíram no líquido e morreram!

O resultado foi esplêndido, no mesmo molde daquele que obtivemos em Tefé- AM. Houve muita semelhança nas metodologias aplicadas, o que, modestamente, me deixa bastante satisfeito!

Na Austrália, um fazendeiro para manter o seu cultivo de morangos sem insetos e sem moscas-da-fruta, usou um aspirador de insetos de porte industrial, rebocado por um trator, similar ao que havia visto nos Estados Unidos da América do Norte!

Resumindo: Todos esses belos exemplos visaram especialmente, evitar o uso de defensivos agrícolas químicos, chamados erroneamente de agrotóxicos, na agricultura!

 

Valois

* Afonso Celso Candeira Valois. Engenheiro Agrônomo, mestre em Genética e doutor em Genética. Pós-doutorado na Universidade do Estado do Novo México (EUA) em genética e biotecnologia de plantas. Pesquisador aposentado da Embrapa.

Publicado por Aluizio Torrecillas | Revista Diária

Torrecillas

Aluizio Torrecillas | Especialista SR em Relações: Institucional, Corporativa e  Governamental. Gestor em Marketing, Ombudsman, Gestor de Conflitos, Humanista, Espiritualista. Revista Diária – www.revistadiaria.com.br | Redes Sociais:  @aluizio.torrecillas

SUGESTÃO DE LEITURA:  A PRINCESA ISABEL E A MODERNIZAÇÃO DA AGRICULTURA

A PRINCESA ISABEL E A MODERNIZAÇÃO DA AGRICULTURA

- PUBLICIDADE -

Últimas notícias

Notícias Relacionadas